Creio, assim, que tudo, sendo necessário porque o fiz necessário ou porque sua necessidade foi imposta a mim, deve ser amado, senão, no mínimo, respeitado. Para não ficar no mundo das idéias e fazer-me entendido, darei um exemplo bem próximo: quando você sai de casa para ir à faculdade, ao trabalho ou a qualquer lugar e, durante o percurso, você encontra um impedimento, a exemplo de um congestionamento no trânsito, sua reação imediata é de chateação, pois algo te impede de seguir o percurso do modo como você planejou. Mas pense que algo está acontecendo à sua frente e que impede seu carro ou ônibus transitar. O que acontece, impedindo os carros transitarem livremente, é, certamente, o que você menos deseja, por isso lhe causa chateações, mas perceba que este algo é necessário para a pessoa que está realizando o ato que impede os carros de transitarem. O que não é necessário para você é necessário para outrem!Portanto, sendo necessário, mesmo que não seja para mim, deve ser e não tem como não ser. O ato não pode ser desfeito, consertado, transformado. O necessário não vem a ser, já é, está acontecendo, é o ato sendo. Desse modo, o necessário não é estar na ordem da possibilidade, do planejamento, da hipótese, o necessário é na medida do sendo. Se um arquiteto desenha uma planta projetando um imóvel, o cimento e a areia não são ainda necessários, só o serão quando os operários e máquinas chegarem ao local onde deverá iniciar a construção; é no ato de construir que tais elementos se farão necessários, antes eles são apenas hipóteses ou possibilidades.
18 de abril de 2008.
Josemar, algo necessário!
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