domingo, 15 de junho de 2008

Fragmentos de mim




Eu queria mesmo não ter a definição do que sou. E acho que não tenho essa definição. Talvez, certamente, haja incômodos em mim por não possuir palavras exatas que revelem o que sou. Mas acho interessante a minha intensa despreocupação em encontrar tais palavras para essa definição. Até hoje não encontrei razões suficientes que me convençam da necessidade de me definir. Aliás, a pergunta que faço é: para que ou para quem mesmo serve uma definição? Penso que esta pergunta poderá gerar inúmeras respostas, e é justamente nisso que me deparei com uma palavra que poderá, por um instante, acalentar corações e mentes ansiosos por uma exatidão: possibilidade!


É, acho que a possibilidade é a palavra que mais se aproxima de mim; aliás, eu desejo muito que ela se aproxime de mim, caso eu esteja enganado dessa real proximidade. Eu queria ser visto e entendido como possibilidade. Eu queria ver e entender a todos como possibilidades. Eu queria que fosse possível a possibilidade como minha única e necessária condição de possibilidade ontológica. Eu queria que meu nome fosse possibilidade. Eu queria mesmo ser a possibilidade.


Com isso, experimentaria o gosto indegustável da liberdade. Eu, como possibilidade, nunca mais sentiria o amargor do ressentimento ou rancor, pois entenderia que todos, sendo possibilidades, seriam livres para ser e agir conforme a liberdade de suas possibilidades. Eu, como possibilidade, não me apegaria a nada nem a ninguém porque, como possibilidade, a liberdade impor-se-ia sobre tudo, e o desejo, insano e livre, seria a força da qual emergiria todas e quaisquer possibilidades em mim.



Josemar, um Pseudônimo ou uma Possibilidade!